segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A gente vale pelo que sabe



Passada a euforia e constatada a realidade, chegamos a conclusão que agora é conosco.
Temos que ir a luta. Mais do que nunca a gente vale pelo que sabe e não pelo que tem, ou imagina ter.
Afora o gargalo da infraestrutura, a Mui Heróica, como não poderia deixar de ser, esbarra na baixa qualificação da sua mão de obra, o que deve ser enfrentado com urgência para que não se exclua do processo milhares de nortenses.
Me refiro ao empreendimento do Estaleiro Brasil, que superada a fase dos licenciamentos, deve começar a operar em um futuro próximo e, para tanto, vai demandar por gente preparada para tal, o que evidencia a necessidade de capacitação com relativa agilidade.
É bom lembrar que no ano passado começou um movimento liderado pelo Partido dos Trabalhadores de São José do Norte que trouxe ao municipio o Reitor da FURG o Prof. Dr. João Carlos Cousin com o propósito de buscar uma extensão da universidade para o município já prevendo esses investimentos, tendo em vista o estrangulamento da área portuária de Rio Grande e a política naval implementada pelo governo federal.
Na oportunidade a Prefeitura e a Câmara de Vereadores não se fizeram presentes, só para variar.
Além disso, a Executiva do PT Nortense desencadeou uma intensa campanha de divulgação do PROMINP, onde vários jovens da comunidade foram aprovados e em breve farão seus cursos, o que os deixará em condições de trabalhar na cadeia do petróleo e gás.
Não se pode parar por aí. Muito pelo contrário, a movimentação em busca de qualificação deve ser intensa, visto que há a confirmação da necessidade de mão de obra de todos os níveis de escolaridade. Sem falar que mais de 20% da população economicamente ativa de São José do Norte não é alfabetizada, o que se constitui num imenso desafio a ser enfrentado pelas redes de educação públicas.
"Vamos acompanhar e cobrar do atual governo uma postura proativa no sentido de buscar as soluções para todas estas necessidades e estaremos prontos para colaborar com o que estiver ao nosso alcance", destaca o presidente do PT nortense.
"Antevimos essa demanda e demos o primeiro passo, aproveitando o relacionamento que temos com as autoridades governamentais", afirma Jorge Madruga, Secretário de Formação Política do PT de São José do Norte. "Mas, temos e devemos ir mais longe na busca de cursos para qualificação dos nossos trabalhadores junto aos governos federal e estadual, nas suas universidades e no sistema S, entre outras iniciativas que deverão ser tratadas com este foco, além de apoio para estas demandas junto a nossa bancada de deputados federais e senador da república", destacou Madruga.
O desafio é grande, mas se cada um fizer a sua parte as coisas acontecem.
Quem parou de estudar é importante que retorne, que busque e persista na luta em busca de qualificação, preparo e mais conhecimento para puder atingir um objetivo melhor na vida.
Quem ainda não começou a estudar que dê o primeiro passo. Afinal, sempre é tempo de começar.
Em todos os sentidos a bola está com a população nortense, tanto para reinvindicar os espaços de qualificação como para fazer o melhor uso possível deles.
Ainda há tempo. Basta se mexer antes que outros tomem o nosso lugar.

O descaso, a incompetência e o atraso


Fonte: http://www.imagensporfavor.com/

Não há como não relacionar diretamente o título da postagem com o quadro que está posto à agricultura familiar nortense. Em especial o abandono que vivem os cebolicultores.
As recentes declarações do técnico da EMATER e do Secretário da Agricultura, corroboradas pela inércia do governo municipal no que tange ao momento ruim que mais uma vez vivem os produtores rurais, contrariam o que se reflete nas ruas da cidade e principalmente na zona rural.
O sentimento é de tristeza, de impotência e de abandono.
O comércio já acusa o golpe, por consequência a arrecadação municipal deve cair e na esteira, menos serviços públicos devem chegar à população.
Não bastasse o atraso a que estamos submetidos, pois ainda, entra governo e sai governo, não conseguimos antever com razoável eficiência os caminhos para o escoamento da produção que é uma das principais fontes de riqueza do municipio. O que em boa parte justifica a nossa derrocada no setor.
Agora ao lado do descaso, já que a agricultura passa longe das prioridades do atual governo, entra em campo a incompetência, visto que os dados tabulados de nossa produção estão sendo postos em cheque.
Vide a portaria, até então desconhecida por estas bandas, que estabelece a política de preço mínimo para diversos produtos da agricultura familiar, entre outras providências, estabelece um abatimento de 10% para a nossa produção, enquanto que para a catarinense este desconto beira os 20% para quitação do Pronaf. Por que esta diferença? A cebola deveria estar sendo vendida a R$0,56 o quilo. E não este preço ridículo que está se praticando na praça.
Vá explicar isso para o agricultor!!! É dose né? Depois tem gente que olha atravessada, acha ruim, não é humilde suficiente para conviver com a crítica. O jeito para esses é apelar para cara feia,`à força da caneta, as viagens e aos números fora da realidade.
Os catarinenses estão anos luzes a nossa frente em termos de organização e competência. Não precisa dizer mais nada. Felicidades a eles. Nós que já fomos vanguarda nesta lide temos que bater palma a eles e esperniar por aqui para que a coise mude.
E na hora certa mudar também.
O mais recente exemplo que andamos na contramão pode ser facilmente ilustrado com relação ao decreto de emergência, importante para se entabular um conjunto de iniciativas pró agricultura e que até o momento São José do Norte não decretou.
Felizmente alguns se insurgiram contra estas adversidades indo até a Secretaria da Agricultura do Estado, ao Ministério da Agricultura e Superintendência do Banco do Brasil, para discutir e tratar demandas de toda a cadeia produtiva da cebola, desde o cultivo, armazenamento, renegociação de dívidas com o pronaf até a comercialização, enfrentando a situação de frente como deve ser. Vamos aguardar os desdobramentos destas caminhadas de Porto Alegre, mesmo com o municipio e a EMATER contra, há lideranças como advogado Jorge Madruga representando a Executiva Nortense do PT e com excelente relacionamento junto ao Secretário Mainardi da Agricultura, vereadores de todas as bancadas estão engajados e representações como o Sindicato Rural, Cooafam e Conselho de Desenvolvimento Rural estão firmes na luta pelos agricultores familiares nortenses.

Quanto vale uma escolha?



A última sexta, dia 28 de janeiro de 2011, vai ficar marcada na história da região sul, mas, sobretudo, na de São José do Norte, com a confirmação da instalação do Estaleiro Brasil no solo da nossa Cidade Histórica. Não é necessário frizar os grandiosos números do empreendimento, nem o seu impacto que será grande e muito bem vindo.
Este humilde aprendiz de blogueiro e da vida, que há um bom tempo não acredita mais em papai noel e coelhinho da páscoa, concorda que a confirmação de sexta, logicamente deve ser muito comemorada, mas que ela remonta ao ano de 2003.
A uma escolha que a maioira da população brasileira fez ao eleger Lula presidente.
Não é tão dificil rememorar a conjuntura anterior.
Como era a indústria naval brasileira antes? E estes milhares de empregos que eram gerados na Coréia e em Cingapura por que FHC e sua turma entendiam que os brasileiros não eram capazes, lembram disso? Que a Petrbras quase virou petrobrax e por pouco não foi entregue, a preço de banana, à iniciativa privada como eles fizeram com a Mineradora Vale, entre outras, lembram?
Precisamente a chegada de Lula ao Planalto e o seu projeto nacionalista de país, focado na capacidade dos brasileiros mudou a perspectiva de milhões de pessoas."De quebra" via pesquisas e estudos veio o Pré-Sal. Acreditando na competência e na força de vontade do seu povo Lula refundou a indústria naval brasileira de forma articulada entre as regiões para que o desenvolvimento por ela gerado se espraiasse a todo país. Não se limitando ao sudeste, como fizeram seus antecessores.
A partir de então, começamos a ouvir e acreditar que somos capazes. Porque durante décadas convivemos vitimizados pelo esteriótipo da incapacidade, da incompetência e de que o o que vem do exterior é o melhor, etc.
Há oito anos atrás quando elegemos o maior presidente da história deste país, nem imaginávamos que estaríamos começando a mudar radicalmente a vida de municipios como a nossa Muy Heroica Villa de São José do Norte, por exemplo, até então condenada ao marasmo.
Por isso a reflexão. Para que o verdadeiro sentido não passe batido. Não caia na vala do esquecimento. E nem apareçam falsos "Messias".
Uma escolha bem feita vale milhões de vidas. Sobretudo, a autoafirmação enquanto ser humano de cada um de nós, o direito a uma vida plena com oportunidade e por que não sem medo de ser feliz.
A história vai se encarregar de ilustrar a mutação que começamos a viver. Que vai se materializar graças a escolha que democraticamente fizemos através do voto.
Isto é fato.
Concordo com a Presidenta Dilma "Prefiro o barulho da liberdade que o silêncio da ditadura"
Quem é livre pode escolher.
O lance é saber escolher.
Reside aí a grande diferença que pelo jeito os brasileiros e as brasileiras começaram a aprender aprofundando e ampliando com uma mulher o projeto de país que queremos.
Que este processo prossiga melhorando nossas vidas com a graça de Deus e que nós da metade sul saibamos aproveitar o vento forte de oportunidades que se debruça sobre a região.
Afinal de contas, de esquecidos passamos a prioridade.