domingo, 30 de agosto de 2009

Sacola retornável já, agora!


Não esperemos mais. Façamos agora a nossa parte. Contrariemos, pelo menos em parte, a linda canção do J Quest “Dias Melhores”. Ela começa nos convidando a “esperar por dias melhores pra sempre”. Quanto aos dias melhores não há discussão. Quem não quer dias melhores? Porém, discordo da utilização do verbo esperar. Ficaria bem melhor se verbo fosse fazer. Que a gente faça dias melhores pra sempre, através de atitudes responsáveis para com as nossas vidas, das pessoas que nos cercam, dos nossos semelhantes, enfim, cuidando melhor do mundo que vivemos. Que não esperemos mais, visto que ao esperar não se alcança, apenas percebe-se que o tempo voa e não volta mais. E nós ficamos ali estáticos aguardando o milagre, a transformação e/ou a mudança sem mover uma palha. O que tem que acontecer não acontece, pois preferimos aguardar pela ação de terceiros. Aí já viu. Ninguém melhor que nós para fazer o que tem que ser feito. Começar a mudar o que precisa ser alterado. De forma silenciosa. Sem alarde. Mas com um propósito claro, calcado em uma ação firme, afinal de contas ainda há tempo para mudarmos o mundo. Basta vontade e atitude.
Deveríamos todos estar comprometidos muito além dos nossos umbigos e a principal destas obrigações é com o planeta, com sua preservação, visto que diariamente lançamos em sua face milhares de semelhantes que estão fadados a terem um futuro imensamente pior que o nosso presente, graças à irresponsabilidade da nossa geração com a preservação ambiental.
Se pensássemos que uma sacola plástica leva em torno de 500 anos para se decompor será que não voltaríamos a fazer como antigamente? Creio que sim. Por isso a reflexão. Um gesto simples capaz de mudar o mundo. Usar a sacola retornável. Aliás, voltar a fazer uso dela, porque num passado não muito distante era assim que procedíamos e o planeta era bem melhor. O convite é para começarmos já essa mudança de postura. É para fazermos a nossa parte. A partir daí teremos autoridade moral para exigirmos alteração nos meios de produção e consumo visando a sustentabilidade do planeta e o direito que as gerações futuras têm de viver em um mundo melhor.
Os peixes estão acabando. As áreas agricultáveis diminuindo. Tudo em função da seca causada pelo efeito estufa gerado pela poluição humana. Não é difícil perceber o efeito colateral de um erro. A seguir alguns informes para nos auxiliarem nesta reflexão para que subsidiem nossa “volta ao passado”. Ou se preferirmos, para nos dar o empurrão que falta.
Plásticos podem levar mais de 500 anos para se decompor no meio ambiente, dependendo de onde está acondicionado.
Aproximadamente 56% do lixo plástico é composto por embalagens usadas uma só vez.
¾ disto é proveniente do uso doméstico.
O mundo consome 1 milhão de sacos plásticos por minuto, o que significa quase 1,5 bilhão por dia e mais de 500 bilhões por ano.
É o resíduo que mais polui as cidades e campos. Prejudica a vida animal, entope a drenagem urbana e rios, contribuindo para inundações.
Produzimos e usamos atualmente 20 vezes mais plásticos que há 50 anos, pois praticamente em tudo é utilizado plástico.
Cada família brasileira descarta cerca de 40 quilos de plásticos por ano.
Mais de 80% de todos os plásticos são usados apenas uma vez e depois descartados.
Cerca de 90% das embalagens plásticas viram lixo até 6 meses após a compra.
A cada mês, mais de um bilhão de sacos plásticos são distribuídos pelos supermercados no Brasil.
Isto significa 33 milhões por dia, 12 bilhões por ano, ou 66 sacos plásticos para cada brasileiro por mês.
89% das cidades brasileiras não possuem aterros sanitários adequados.
20.000 toneladas de lixo domiciliar não são coletados no Brasil, dispersando-se nas ruas e assoreando os rios, levados pelo vento e pela chuva. Mais da metade das cidades brasileiras tem lixões a céu aberto.
Plásticos contaminam os rios e mares, criando zonas mortas nos mares, matando animais, provocando enchentes e finalmente o efeito estufa – o material orgânico contido dentro das sacolas comuns quando usadas para lixo não tem oxigênio e as bactérias anaeróbicas formam metano, que é 21 vezes mais prejudicial ao meio ambiente do que o CO2.
Na verdade esta “volta ao passado” é para termos certeza de que teremos futuro. Obviamente a adoção da sacola retornável é apenas um exemplo do que está ao nosso alcance fazer pelo planeta, pela vida, pelas gerações futuras. O convite está feito. A hora é agora. A escolha é nossa. A responsabilidade desta também.

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