quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Apenas mais um desrespeito para a estatística

Ontem ao me deslocar em direção à hidroviária pretendia atravessar na lancha das 13h30m, visto que cheguei ao local às 13h28m, mas fui impedido pela saída antecipada da embarcação do horário e cadê da lancha reserva? Fui ao guichê saber se teria a substituta e as atendentes não souberam informar. Retornei para a fila já que inevitavelmente tinha que ir à Rio Grande. Era o que me restava fazer. Um sentimento de impotência misturado com revolta e indignação, face ao descaso a que somos reiteradamente submetidos. Eramos aproximadamente 100 pessoas que sobraram para o horário seguinte já que a lancha reserva não apareceu. Enquanto cumpria meu martírio de espera na fila descarregando ao vento minha revolta, resolvi ligar para a AGERGS 08009790066, a fim de registrar o fato, já que a lancha que sairia às 14h saiu antes e ficou gente no cais como acontecera comigo e várias pessoas meia hora antes. Mais um registro feito. Apenas mais um desrespeito para a estatística. Enquanto isso, nós que cotidianamente vivemos esse abandono, descaso e humilhação temos que nos conformar em ser mais um para a inerte agência reguladora que se limita a anotar nossas reclamações.
Em dias de Semana Farroupilha, onde nossos sentimentos alusivos as façanhas dos farrapos estão mais aflorados, não há como não associar este feito épico de nossos antepassados que muito nos orgulharam ao heroísmo a que cotidianamente os Nortenses são submetidos nesta travessia a Rio Grande e vice-versa. É sim uma façanha. Suportar constantemente a humilhação, a indiferença, o descaso, a inércia e a incapacidade de armadores e autoridades públicas para resolverem definitivamente a questão é verdadeiramente uma façanha digna de heróis. Queremos apenas ter o direito de ir e vir. É só isso. Direito este que é assegurado em cláusula pétrea da Constituição Federal do Brasil e que aqui nestas bandas é violado seguidamente.

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