quinta-feira, 1 de outubro de 2009

“A gente não quer só comida...”

Outro dia ao ler um e-mail destes que recebemos dos nossos contatos, me chamou atenção a fala do comentarista Arnaldo Jabor sobre a postura dos gaúchos frente ao hino Riograndense.
O renomado jornalista destaca o fascínio dos gaúchos ao ouvirem o seu hino. Presenciou este fato em um evento na nossa capital, onde iria proferir mais uma palestra. Prossegue ele: “Qual é o paulistano que sabe o seu hino?”, dentre outras colocações.
Jabor tem razão. Sentimos algo diferente ao ouvirmos e entoarmos o nosso lindo hino Riograndense. Inevitavelmente este testemunho “ilustre” nos remete a força, a beleza e a consistência de nossa cultura que vem sendo cuidadosamente preservada ao longo das gerações.
O ideário farroupilha é virtuoso na história pampeana, mas se os visionários e abnegados tradicionalistas não tivessem preservado este patrimônio cultural gaúcho e brasileiro, boa parte, senão sua totalidade teria se perdido no tempo. Felizmente isso não aconteceu.
Atrevo-me a dizer que não há vida digna sem a cultura.
Como bem dizem os Titãs: “A gente não quer só comida ...” Queremos e precisamos consumir cultura. Ter acesso a ela. São José do Norte necessita retomar a prática cultural em seu cotidiano de uma forma mais pujante, consistente e continuada.
Somos abençoados com relação ao talento. Temos vários protagonistas culturais. Falta-lhes oportunidade. Além de interesse público na área.
A cultura no município padece assim como o esporte, mas um pouco mais ainda, de articulação governamental. O governo deve ser o indutor das políticas públicas para o setor, a fim de que as corajosas e valiosas ações individuais tornem-se mais abrangentes e possam ser usufruídas por mais pessoas.
Em seguida um espaço público capaz de congregar todas as manifestações culturais. Este espaço existe. Hoje está na mão da iniciativa privada e precisa de investimento, mas é o lugar ideal para a reinserção efetiva da cultura em nosso município. Falo do Cine Teatro Miramar.
Já passou o tempo das autoridades e da própria população refletirem sobre a relevância deste espaço que se deteriora a cada dia que passa. Será que não seria importante para o município articular esta aquisição?
Com este local ajustado poderíamos usufruir de cinema, música, dança, teatro, literatura, pintura, escultura, entre outras manifestações culturais e artísticas. Não é difícil de imaginar o impacto positivo, a médio prazo, desta retomada para a população como um todo. Em especial à juventude que hoje é torpedeada pela drogadição face a carência de instrumentos de lazer, esporte e cultura. Sem falar que cultura gera emprego, renda, impostos e outras perspectivas de mundo para as pessoas.

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